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sábado, abril 20, 2024
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Ex-palhaço de rodeio, Jurubeba dorme no chão e quer ser deputado

A partir do dia 31 deste mês o eleitor de Mato Grosso poderá optar por escolher seus candidatos através do horário político no rádio e na tevê. São mais de 300 postulantes a deputado estadual, e muitos deles registraram a candidatura usando codinomes ou apelidos curiosos, como o servidor da Assembléia Legislativa de Mato Grosso Valcir Justino, conhecido como ‘Jurubeba’. O apelido, conta ele, foi dado pelo ex-cantor sertanejo ‘Brasãosinho’, pai do ex-deputado Walter Rabello (falecido), há mais de 25 anos.

“Estou cansado de ser alvo de piadinhas sem graça e sorrisos sem graça de pessoas que não levam anões a sério. Temos direito como qualquer um a trabalho, educação, saúde e transporte”, defende Jurubeba, que mora numa kitinet, no bairro 8 de Abril, nas proximidades do bairro Bela Vista, na Capital.Aos 49 anos, Jurubeba que é anão, já foi palhaço de circo, de rodeio, personagem em campanha política em Rondonópolis, e, agora quer ser deputado, pelo PSDB. Ele já escolheu uma bandeira para usar de mote em sua campanha: “Em defesa dos pequenos”, numa alusão à falta de acessibilidade e emprego para anões, como ele, muitos dos quais são discriminados pela sociedade.

A reportagem visitou Jurubeba no último domingo e se deparou com cena deprimente. O servidor público mora numa casa alugada, onde é obrigado a subir e descer escadas, além de conviver com a sujeira que ele não soube explicar. No chão do quarto onde dorme, além do colchão infantil, sem cama, está um guarda-roupa. Não há mais nada no cômodo, a não ser uma centena de papéis espalhados.

“Eu quem quis dormir assim”, tentou justificar o candidato tucano, que exibiu um livro de contabilidade, garantindo ter feito um curso de especialização. “Estudei direito também”, disse Jurubeba, sem mostrar diploma algum.

Além do nanismo que dificulta sua acessibilidade, até para abrir o portão da casa, trancado com correntes e cadeado, Jurubeba demonstra ser hiperativo, e, em dados momentos da entrevista, divagava sobre temas alheios à política ou ao seu cotidiano.

“Quero que o governador Pedro Taques grave o horário político pedindo voto pra mim”, comentou.
Na recente visita do presidente tucano Geraldo Alckmin, conseguiu seu minuto de fama ao ouvir o paulistano cumprimentá-lo publicamente.

Para o cientista político Louremberg Alves, não basta ter um nome conhecido e usá-lo na campanha. “O Jurubeba é muito conhecido, mas o partido precisaria dar a ele a mesma estrutura dos demais se quisesse elegê-lo deputado. Temos vários outros exemplos de nomes artísticos e apelidos que obtiveram sucesso nas urnas. O Titirica foi eleito com mais um milhão de votos e ninguém o conhece pelo nome”, lembrou Alves.

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